Fantin-Latour (1836-1904) não teve a fama de um Manet, um Renoir ou um Cézanne. Se em França lhe reconheciam mestria nos retratos, em Inglaterra atingiu o apogeu pelos muitos retratos de flores. Os temas, recorrentes, são o universo feminino, as flores e os amigos. Para os especialistas, a pintura de Latour é tão bem executada que se demora a entrar nela. Olivier Meslay, curador do Louvre, reconhece que, mais de cem anos depois da morte do artista, o grande público tem o distanciamento suficiente para apreciar espontaneamente a obra. Meslay destaca também o respeito pela mulher como característica central do pintor: «há um olhar de igualdade que não se encontra muitas vezes num pintor do século XIX. Nunca se trata de mulheres que não fazem nada; ou estão quase sempre a preparar-se para fazer qualquer coisa». Mais de 30 instituições internacionais cederam obras para esta retrospectiva na Fundação Calouste Gulbenkian, dividida em nove secções e com perto de 80 quadros. A iluminação ténue da sala mantém-nos presos ao impressionismo das cores, à reserva dos traços e à reverência perante a complexidade da substância feminina e a simplicidade equívoca da pintura de Natureza.
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