sábado, 27 de fevereiro de 2010


Macedónia
país de dois milhõe e meio de habitantes (e outros tantos emigrados, maioritariamente no Canadá, Austrália e Alemanha).
Situado na confluência entre a Europa e o Oriente, tem uma grande história europeia para contar - de domínio romano durante milhares de anos, de domínio otomano durante 400 anos e de conbtrolo federativo jugoslavo durante cerca de sessenta anos.
A cultura mediterrânica mistura-se com as religiões ortodoxa e muçulmana, e o resultado é uma sociedade aberta mas, ao mesmo tempo, ciosa de uma identidade puramente macedónia, que o país só pôde afirmar depois daqueda da federação jugoslava, ou seja, há vinte anos.
É uma jovem república no suodeste europeu.
Se tudo correr bem, antes de 2020 fará parte da União Europeia.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Regresso da Obra - primeira retrospectiva de Fantin-Latour na Península Ibérica

Fantin-Latour (1836-1904) não teve a fama de um Manet, um Renoir ou um Cézanne. Se em França lhe reconheciam mestria nos retratos, em Inglaterra atingiu o apogeu pelos muitos retratos de flores. Os temas, recorrentes, são o universo feminino, as flores e os amigos. Para os especialistas, a pintura de Latour é tão bem executada que se demora a entrar nela. Olivier Meslay, curador do Louvre, reconhece que, mais de cem anos depois da morte do artista, o grande público tem o distanciamento suficiente para apreciar espontaneamente a obra. Meslay destaca também o respeito pela mulher como característica central do pintor: «há um olhar de igualdade que não se encontra muitas vezes num pintor do século XIX. Nunca se trata de mulheres que não fazem nada; ou estão quase sempre a preparar-se para fazer qualquer coisa». Mais de 30 instituições internacionais cederam obras para esta retrospectiva na Fundação Calouste Gulbenkian, dividida em nove secções e com perto de 80 quadros. A iluminação ténue da sala mantém-nos presos ao impressionismo das cores, à reserva dos traços e à reverência perante a complexidade da substância feminina e a simplicidade equívoca da pintura de Natureza.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Ce que veulent les femmes

Ce que veulent les femmes (24 mai 2009): Le droit de choisir, le droit de savoir

Enquête nationale d’étude des connaissances, des comportements et des attentes des femmes de plus de 40 ansvis à vis de la ménopause et de l’évaluation de leur qualité de vie.
Un enjeu national : Être à l’écoute des femmes pour mieux les aider à prendre leur santé en main Les femmes du baby -boom arrivent à la cinquantaine.Première génération -pilule, elles sont aujourd’ hui bien décidées à continuer d’occuper une place à part entièredans la société, à relever de nouveaux défis, à conserver leur qualité de vie.Il appartenait à l’association Femmes pour toujours qui prône une approche globale et posi tive de la santéde la femme de plus de 40 ans, de redéfinir la perception de cette longue période de la vie ,en laissant la parole aux intéressées, en se mobilisant pour les écouter.
Rappel des objectifs de l’enquête:
- Établir un bilan des connaissances réelles des femmes en matière d’information sur la santé et la ménopauseet des différentes pathologies inhérentes à cette tranche d’âge : ostéoporose, cancers génitaux, maladiescardiovasculaires, incontinence urinaire, nutr ition, dépression, migraine etc.,
- Identifier les freins concernant les différents types traitements proposés. Connaître et mieux cibler leurs besoins, leurs attentes , leurs comportements et leurs craintes de cette périodede la vie,
- Identifier les freins constatés (psychologiques, sociaux, physiologiques et c.) concernant les maladies liées à l’âge,
- Identifier les facteurs susceptibles d’améliorer leur qualité de vie ,
- Recueillir des données sur l’acceptabilité des traitements hormonaux de la ménopause ,
- Faire évoluer les mentalités, les comportements et la r esponsabilité individuelle, en profondeur, en douceur.MéthodologiePhase 1 : 8 Mars 2006 : Une pétition : (17 000 réponses)Lancée à l’occasion de la journée internationale de la femme le 8 Mars 2006, Femmes pour toujours a débuté unelongue campagne de soutien de la population féminine pour le droit à :
- La poursuite des études françaises et des recherches médicales pour une meilleure prise en charge de la périodede la ménopause,
- Le maintien de leur qualité de vie qui passe par la prévention des pa thologies de la femme ménopausée ,

Phase 2 : Actions régionales:
- Conférences-débats, journées « porte ouverte » et campagne sur le terrain par le biais de nos délégationsrégionales,

Phase 3 : Mars 2007 : Une enquête nationale
- Lancement de l’enquête lo rs de la première de la pièce « La femme coquelicot » de Noëlle Chatelet sur le thème « Ce que veulent les femmes : Le droit de choisir, le droit de savoir » en partenariat avec17 centres d’information des Droits des Femmes (CIDF) ,Phase 4 : 12 Juin 2009 : Publication des résultats lors de la conférence de presseElle sera présidée par Noëlle Chatelet, écrivain et Maître de conférencesPrésentée par Françoise Nicole -Kremer, présidente fondatrice de Femmes pour toujoursLes résultats seront commentés pa r le Dr Hannelore Jani de Senectute, chercheur en gérontologie socialeet le Dr Daniel Delanoë, anthropol ogue et psychiatre.

CONTACT PRESSE :Françoise NICOLE KREMER :Tel 06 13 24 68 68françoise.kremer@femsante.com

domingo, 1 de fevereiro de 2009


Paulo Nozolino
(Por J.P. Coutinho)

A seriedade de estar vivo - Visão 7 (831)

Solidão de Paulo Nozolino como discurso de exaltação da vida

Da primeira à trigésima segunda fotografia, o coração sobressalta-se, ora com o abandono, ora com a nostalgia, a frieza, a dor, a tristeza, ora com a ansiedade, a derrota, a frustração. O aviso para não se tocar na parede negra da Galeria, tem a força de uma arma apontada ao peito porque, ao mesmo tempo que a advertência é explícita, o tamanho das imagens obriga-nos a uma grande proximidade com esse muro. Daí sentirmo-nos perante o grito «liberdade ou morte!».
Mas não tem de ser trágica, a liberdade com que Paulo Nozolino (1955) exprime a falta de crença na humanidade. Do princípio ao fim e vice-versa, concentramo-nos nos pontos de luz das imagens porque, com a óbvia consciência de que a Humanidade já não poderá ferir-se e destruir-se mais, pode acontecer que a esperança se apodere de nós; e o registo da solidão do artista se reconheça como força motriz para acreditar que é plausível querer fazer e ser diferente – perante a tragédia humana revisitada nas 32 imagens, resta-nos a importância da vida como razão final para reabilitar o ânimo e a generosidade.
Cláudia Almeida

Exposição: Bone Lonely (Gal. Quadrado Azul, Lx., Jan. e Fev. 2009)

terça-feira, 20 de janeiro de 2009



Vida de Marinheiro - Sitiados (1992)


Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim

Raparaparaparaparaparaparim

Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim

Raparaparaparaparaparaparim, hey!

Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim

Raparaparaparaparaparaparim


Foi no porto de Lisboa, a beber e a cantar

Conheci um marinheiro de quem vos vou falar

Valente marinheiro, nascido em noite de tempestade

Era só uma garrafa que deixou pela metade

Fugindo com aguardente, nenhum deixou pensar

Escolheu ser marinheiro mas não sabendo enjoar

E assim foi navegando pelos lados do Sodré

Mas dentro de uma garrafa nunca mais se perde o pé


Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim

Raparaparaparaparaparaparim

Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim

Raparaparaparaparaparaparim, ha!

Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim

Raparaparaparaparaparaparim


Há quem navegue de porto em porto, navegue de bar em bar

Há quem procure fazer fortuna, eu procuro naufragar

Telefonei p'ra ti só p'ra te ouvir cantar

Pensei que a tua voz me pudesse animar


Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim

Raparaparaparaparaparaparim

Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim

Raparaparaparaparaparaparim


Há quem navegue de porto em porto, navegue de bar em bar

Há quem procure fazer fortuna, eu procuro naufragar

Telefonei p'ra te só p'ra te ouvir cantar

Pensei que a tua voz me pudesse animar

Telefonei p'ra ti só p'ra te ouvir cantar

Pensei que a tua voz...Yiii-ha! Yahoo! Hahaha! Yiii-ha!


Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim

Raparaparaparaparaparaparim

Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim

Raparaparaparaparaparaparim

Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim

Raparaparaparaparaparaparim

Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim

Raparaparaparaparaparaparaparaparaparaparaparim!
João Aguarleda (1969/2009)

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Um Homem Espartano

(ao meu amigo Luís, senhor de fortes convicções e acções extremas)
Ele apareceu teso, com passo rápido, ombros direitos e cabeça erguida. Autoritário, arrogante. Deteve-se cinco minutos. Olhou para ela. Provocou-a. Tentou arrancar-lhe o fígado com a perversão das palavras e dos jogos psicológicos dos indivíduos poderosos que não permitem a nunguém controlar-lhes as convicções. Assim exercem domínios silenciosos, sobre os inseguros e inautênticos com falta de coragem para assumir o quanto se perdem no burburinho entediante dos dias.

Em seguida foi-se embora. Ela sorriu quando ele virou as costas. Esteve perante um momento raro: um homem de costados de pedra que se esvai em fios de leite por dentro.

Voltou e ficou 30 minutos. Ela reparou no tom diminuido da voz, agora melodiosa. E viu-lhe o olhar curioso e vivo. Ele fez o jogo da sedução infantil, com sonhos derramados de forma utópica e pueril, acreditando na força de mudar os mundos individuais com a sua palavra e acção. Estava só à procura de justificações para o fascínio que lhe ficara pelo rasto daquela mulher frontal, irónica, de silêncio difícil e terna.


Quando lhe virou as costas, na altura de partir, o sorriso não se desfez.


Regressou noutro dia e quis ficar duas horas. Observou a mulher, testou-lhe os afectos com palavras doces e promessas de um mundo que ambos sabiam sonhar. Disse que voltaria, quando saiu.

Não regressou.

Mas deixou cartas de amor escritas. Na primeira falava do fascínio entre o homem e a mulher e na grande satisfação pessoal de ver as pessoas felizes por coisas que ele pudesse fazer ou dizer.

Na segunda afirmava que não queria perdê-la, sonhava-a sempre perto.

Na terceira disse que ia desaparecer por uns tempos.

Passados trinta e seis anos ela sonhou com o homem espartano. E a morte chegou.

Foi ele quem celebrou o velório onde, por vontade dela, leu as três cartas de amor que um dia escrevera.

Depois do enterro o homem chorou, durante três dias e duas noites. Quando saiu da diocese deixou apenas um bilhete: «Estou só. Por favor, não me procurem».