Solidão de Paulo Nozolino como discurso de exaltação da vida
Da primeira à trigésima segunda fotografia, o coração sobressalta-se, ora com o abandono, ora com a nostalgia, a frieza, a dor, a tristeza, ora com a ansiedade, a derrota, a frustração. O aviso para não se tocar na parede negra da Galeria, tem a força de uma arma apontada ao peito porque, ao mesmo tempo que a advertência é explícita, o tamanho das imagens obriga-nos a uma grande proximidade com esse muro. Daí sentirmo-nos perante o grito «liberdade ou morte!».
Mas não tem de ser trágica, a liberdade com que Paulo Nozolino (1955) exprime a falta de crença na humanidade. Do princípio ao fim e vice-versa, concentramo-nos nos pontos de luz das imagens porque, com a óbvia consciência de que a Humanidade já não poderá ferir-se e destruir-se mais, pode acontecer que a esperança se apodere de nós; e o registo da solidão do artista se reconheça como força motriz para acreditar que é plausível querer fazer e ser diferente – perante a tragédia humana revisitada nas 32 imagens, resta-nos a importância da vida como razão final para reabilitar o ânimo e a generosidade. Cláudia Almeida
Exposição: Bone Lonely (Gal. Quadrado Azul, Lx., Jan. e Fev. 2009)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário